Wednesday, July 04, 2007

Pitacos Renânicos (especial)


Sem dor nem pudor

Renan B. Fernandes


Caros leitores, hoje estou escrevendo com a mente nublada. Minha razão pode estar cegada pelo turbilhão de sentimentos que afloram; amanhã mesmo posso pedir que esqueçam tudo que escrevi. Mas preciso escrever, pois esses momentos emocionados não vêm sempre. E perdoem-me por esse assunto não ter nada a ver com o blog, mas penso ser de extrema importância.

Nesses dias, estive estudando a criminalidade. A cada ano, parece que casos mais assombrosos aparecem. Na verdade, isso se deve a dois fatores: o primeiro é o fato que a brutalidade está realmente aumentando; o segundo é que esquecemos tudo muito fácil. Porém, esse ano de 2007 parece um grande pesadelo. E 2008, certamente, vai ser um pesadelo ainda pior. A situação do Rio de Janeiro está cada vez mais insustentável; crianças são arrastadas pelas ruas até suas cabeças virarem farinha; pessoas são espancadas sem compaixão. Jovens atiram em dezenas nas Universidades. Pessoas são incendiadas...

Qualquer ser humano que possua um pingo de sangue nas veias vai se revoltar com tal situação. Os mais frios dirão que o homem é naturalmente mau, que a História nos mostra que sempre houve extrema violência. Os mais ponderados estudarão o ser humano e a sociedade e tentarão estabelecer causas para tamanha barbárie que ocorre diante de nossos olhos e não nos mobiliza a fazer nada.

A primeira causa disso tudo é nosso sistema. Podem falar o quanto quiser que esse assunto é velho e que sou um “ovinho de vermelho”, mas não sou comunista. Não sei o que sou. Só sei que nesse sistema em que vivemos, a última coisa a ser valorizada é o ser humano. Sim, o ser humano se transformou em coisa. Qualquer porcaria vale mais que ele: capital, conhecimento, técnica, desenvolvimento, papel, pneu de caminhão, gaiola de passarinho, antena de TV, taco de golf... Qualquer coisa vale mais que o ser humano.

E, assim, criamos o que apelidaram de competição. O Mundo competitivo de hoje, em que os mais bem preparados chegam lá e os outros vivem como podem, minou nossa compaixão. Todos são competidores, todos são ameaças a todos. E para que ter dó do mais fraco? As coisas funcionam assim, ele que vá estudar ou se preparar melhor. Ora essa, estamos falando de seres humanos e não de lixo! Cada pessoa tem sentimentos, e um sentimento de derrota, de humilhação pode ter conseqüências muito sérias para ela. Falo de competição na família, na escola e na sociedade em todos os seus níveis. Tudo é competição.

Os donos da verdade dirão que a natureza funciona assim, que “as coisas funcionam assim”. Quem são esses, assíduo leitor? Os neo-neo-deterministas sádicos? Se algo diferencia o ser humano do resto dos animais é o fato de ser livre, de poder escolher não seguir as regras da natureza. Não podemos voar, construímos aviões. Não podemos ver muito longe, construímos os telescópios. Se na natureza o mais fraco perde, mudemos isso. Chega dessa competição animal e cruel.

Aí então os donos da verdade dirão que é essa competição que leva ao nosso desenvolvimento. É mesmo, mas a que preço? Nunca pensei que diria isso (vocês me conhecem), mas qual o preço da civilização? Compensa construir naves-espaciais enquanto há pessoas sofrendo? Compensa desenvolver a ciência enquanto há tantos esquecidos? Não seria melhor um mundo onde desenvolvimento e humanidade pudessem se conciliar? Olhem através de suas janelas blindadas, enquanto assistem às suas TV´s de plasma, e vejam. Olhem bem e me digam: onde foi parar a compaixão? Foi assassinada pela competição. Valeu a pena? Não sei. Estou escrevendo esse artigo para questionar e não para fornecer respostas...

Nessa situação de competição se encaixam dois perfis. O primeiro é o do “favelado”. Já nasceu com a competição perdida, não possui um vislumbre de perspectiva de futuro. Não conhecem a nem a compaixão, nem um lar estruturado. São esquecidos pelo Estado e lembrados pelos hipócritas que se dizem engajados nas lutas sociais. É fácil falar isso de barriga cheia. Outros ainda preferem salvar baleias e pingüins. O Segundo perfil é o da pessoa que “pira” e sai atirando em todo mundo. É o caso do estudante Cho, onde também encontramos discriminação e patologia mental. Foi uma mistura explosiva que matou 32 pessoas. Pessoas que tinham pais, filhos, que eram amadas, que amavam.

Mas até agora falamos dos supostos “desfavorecidos”. Vamos deixá-los de lado, caro leitor, afinal são perdedores, loosers, não é mesmo?

E os bem-nascidos, de classe média alta, que possuem toda a perspectiva de futuro e os aparatos para ganhar a competição? Por que esses também botam fogo em índios, espancam pessoas, estupram sem dó nem piedade? O caso deles é diferente, mas a essência é a mesma. A possível explicação para esses fatos está num triângulo que compreende a ausência de limites, o relativismo ético e a crise da família.

A crise da família se dá por causa da destruição dos laços familiares. Famílias se fazem e desfazem do dia para a noite. Pais e mães não dão o necessário carinho e amor para os filhos porque tem que trabalhar demais, porque tem mais de uma família para cuidar. Há, entre filhos de um mesmo pai ou mãe com outro pai ou mãe, a competição por afeto e por dinheiro, ou seja, caímos na velha competitividade, onde a compaixão morre. E os pais, atarefados demais, não podem distribuir atenção para tanta gente.

Tal falta de afeto é compensada materialmente. O filhinho de papai ganha o que quer, quando quer. Faz o que quer, sem vigilância. Ou seja, não possui limites nem por parte dos pais, ausentes e complacentes, nem por parte do governo, que falha em combater os delitos. Hoje, o garoto faz o que quer, amanhã estará espancando e estuprando o quanto achar necessário.

A compensação material e a falta de convívio social (explicada por muitos fatores, inclusive a violência) fazem com que as pessoas cresçam em uma redoma de vidro. Não sabem diferenciar espaço público de espaço privado; não conseguem respeitar nem o coletivo nem o outro em sua individualidade. Aí vão tentar impor sua vontade por meios de gangues, pichação e afins.

O relativismo ético se dá por causa da crise de valores. Não há mais os grandes valores para nortear uma nação. Morreram todos os ideais e a ética foi relativizada sem pudor algum. “Eu pensei que ela era uma prostituta, então bati (porque eu acho que bater em prostituta é certo e ponto final).”

Percebam que esses jovens criados sem afeto, privados do convívio social, perdem a noção de tudo. Perdem a noção do valor de uma vida, de que as pessoas possuem outros que as amam e que vão sofrer com a sua perda. Vão batendo e não param mais.

Ou seja, nosso sistema é podre. A competição gera marginais humilhados e destrói a família. A própria violência gera meios para que ela própria cresça indefinidamente. Então, o que fazer nessa situação? Não sei. Sinceramente não sei. Às vezes penso que teremos que chegar ao fundo do poço para resgatarmos alguns valores. E precisamos resgatá-los, pois sociedade alguma se sustenta sem eles. Quanto a esse sistema desumano, penso deveríamos erradicá-lo de uma vez. Como faremos isso, não sei. Mas é necessário e urgente. O ser humano em primeiro lugar, sempre.

Espero ter conseguido expressar toda a minha angústia em relação aos fatos. É por isso que não modifiquei muita coisa no texto; se o corrigisse demais, ele iria perder o tom original, que é de indignação. Mas, como disse, esse artigo não espera fornecer respostas, mas fomentar questionamentos.

17 Comments:

Blogger Rodrigo plei said...

This comment has been removed by the author.

7:03 AM  
Blogger Rodrigo plei said...

Muito bom, Renan.

Você sabe que esse é um tema que eu penso bastante, e até já escrevi de acordo (veja “O ódio humano” no meu blog http://blogdoplei.blogspot.com/2007/02/dio-humano.html). Como você colocou, não há sociedade que sobreviva a esse sistema competitivo selvagem. E não é só no Brasil não (embora deva reconhecer que, agora que estamos entre as nações mais violetas do mundo, o caso de nosso país é grave). A humanidade só chegou onde chegou porqe nossos antepassados evoluiram no sistema de cooperação (um estudo especula que, não fosse o altruísmo uma caractrística selecionada no “grande gargalo” – uma explosão vulcânica na indonésia que teria modificado radicalmente o clima gobal e teria matado aproximadamente 90% dos humanos, ocorrida a cerca de 20.000 anos).

Esse processo de egoísmo substituindo o altruísmo é um autêntico caso de “seleção natural reversa” tão apregoado por um famigerado técnico de impressoras plotter.

Cheers,

R.

7:04 AM  
Anonymous Anonymous said...

É, tocou no ponto. Embora ache que não tem nada a ver com o tema do blog e não concorde com alguns trechos da sua argumentação, o texto está muito bom. Foi escrito em linguagem informal, com poucas referências, mas busca o mesmo questionamento das principais obras de antropologia filosófica que tenho visto por aí, por autores renomados. Então, ponto para você Renan.

Quanto ao sistema, o filósofo Gilmar Francisco Bonamigo (de quem fui aluno) o resume da seguinte forma: uma vez que é baseado em competição, necessita da desigualdade (não há competição se todos forem iguais). Necessitando da desigualdade, ele ESTIMULA a mesma na forma de acesso diferenciado aos bens de consumo. Com a desigualdade, as pessoas são estimuladas a trabalhar mais, estudar mais, etc., a fim de "subirem" na escala social e assim conseguirem um acesso diferenciado aos bens produzidos. Aqueles que não trabalham, ou seja, os que "perdem" nesta competição ou que deliberadamente decidem não se enquadrar neste sistema, não têm acesso à comida, outro bem que faz parte dessa lógica toda. Ao final o desempregado está FORMALMENTE condenado a morrer de fome, e isso é ÚTIL ao sistema pois estimula a competição entre as pessoas (que não querem ser condenadas ao mesmo destino). A fome e a desigualdade são parte essencial do sistema em que vivemos, do contrário ele não funciona.

Dá para trabalhar muito este texto ainda. Há um trecho em que se fala da "falta de referências", o que é uma argumentação típica daqueles que falam sobre a pós-modernidade. Mas, se você observar atentamente, HÁ referências. Muitas. Algumas até criadas pelo mercado.

Há as consequeências para a ciência também. Se formos analisar a história da ciência a partir das perspectivas de autores como Bachelard, Kuhn e Koyré, entre outros, podemos dizer que mesmo os cientistas são influenciados pelo sistema que os circunda, e que isto se rreflete diretamente em suas teorias. A teoria da evolução, por exemplo, é completamente baseada em competição - sistema em que Darwin vivia - e até características como o "altruísmo" são explicadas por meio de vantagens competitivas. Alguns pesquisadores, como o biólogo espanhol Máximo Sandín, já se deram conta disso e estão à procura de uma re-interpretação dos dados de que dispomos hoje a fim de chegarmos à uma nova "ruptura epistemológica", que eventualmente levará a uma teoria mais avançada.

Enfim, texto de tema interessante - apesar de não lidar diretamente com o assunto do blog e de que eu não concordo com tudo o que foi abordado.

Abraços.

10:45 AM  
Anonymous Anonymous said...

Parabéns Renan!

Realmente a violência é o que está dominando o mundo e isso não será resolvido tão cedo... Acho que esse é o melhor momento para escrever sobre esse tema, pois virou "moda" filhinhos de papai violentar um outro ser que trabalha e sofre muito para sustentar e cuidar da sua familia!
Eu falei que virou "moda", porque essa semana um grupo de estudantes bateram muito em uma servente de escola!
O mundo está perdido mesmo! Precisamos de mais pessoas como você... rsrs
Parabéns! Seu texto está ótimo, como sempre!

12:12 PM  
Anonymous Anonymous said...

Embora, como disse o David, o assunto não seja diretamente ligado ao tema central do Blog, também entendo que, para a importância do assunto, um depoimento desse nível de percepção que você demonstra é extremamente oportuno. Parabéns, Renan, pela coragem de assim se expor!

12:33 PM  
Anonymous Anonymous said...

Ótimo texto, Renan.

Apesar de ser um desabafo, é sesato e apoiado em argumentos que visam apenas expor questionamentos. E o melhor de tudo: não desaba para o puro emocional, o que acabaria por torná-lo piegas e/ou catástrofista, e portanto insuportável.

Concordo com quase tudo o que vc colocou. E não precisa ficar preocupado em parecer "vermelho". É preciso ser muito sensato para perceber que o sistema capitalista é nocivo sem parecer um pseudo-revolucionário-esquerdista (que infelizmente existem aos montes nas universidades públicas, notadamente na área de humanas, vide a recente greve na USP). Só mesmo estes tipos de tapados para achar que quem critica o capitalismo é obrigatoriamente socialista ou comunista. É a visão típica de um extremista: achar que obrigatoriamente tudo ou é preto ou é branco, esquecendo-se que entre eles existem várias tonalidades de cinza. Particularmente, sou da opinião de que os sistemas ditos "vermelhos", só funcionam na teoria; na prática sempre acabam virando ditadura. É só olhar os paises que ainda seguem este modelo hoje em dia.

Sobre a crueldade do ser humano, diferentes áreas da ciência já ensaiaram explicações para a sua origem. Uma bem interessante era defendida por alguns como o célebre Joseph Campbell (autor entre outros de O Poder do Mito e O Herói de Mil Faces) e ainda hoje por muitos antropólogos, historiadores e sociólogos. Trata-se da teoria da supervalorização do aspecto masculino do ser humano em detrimento do aspecto feminino, e baseia-se nas culturas de civilizações humanas antigas (incluindo as pré-históricas), que cultuavam o feminino e o maculino com igual afinco em suas crenças. Segundo esta proposta, ao contrário do que se pensava a até duas décadas atrás, estas civilizações eram menos violentas que a maioria das que se desenvolveram posteriormente (inclusive guerras entre tribos eram coisas raras) justamente por possuirem este tipo de crença. A maioria destes povos foi dizimada pela civilização indo-européia que originou os gregos e culminou no surgimento da cultura judaico-cristã, que supervaloriza aspectos predominantemente masculinos como a dominação pela força, o patriarcado e a visão da natureza como algo externo ao ser humano e que deveria ser "domado". E está é a cultura dominante no Ocidente e Oriente Médio desde então. Segundo estes pesquizadores, isso já explica muita coisa.

Abraços.

3:20 PM  
Anonymous Anonymous said...

P.P.
Não necessariamente quem não concorda com esse sistema, é comunista. Vivemos num mundo cuja a formação social é o capitalismo. Infelizmente o que o alimenta e faz crescer, é a competição e a desigualdade entre nações e indivíduos. É um mundo que estímula o TER, o POSSUIR coisas e até pessoas. E, para alcançar seus objetivos as pessoas fazem qualquer coisa, levada pelo seu egoismo imediatista (muitas vezes baseada no instinto, agora chamado de "emoção"). Porém, nada disso é justificativa para a falta de ética. Afinal somos HUMANOS e como tal, PENSANTES e responsáveis por nossas escolhas. Enquanto as pessoas continuarem a valorizar o TER em detrimento do SER, viveremos a barbárie.
Ciência e Tecnologia estão a serviço da humanidade, e não ao contrário. Aí é que está a grande questão. Pense sobre a indústria bélica que alimenta as guerras... quem se beneficia com ela? A humanidade como um todo? Ou apenas uns? O que dizer do cientista que coloca a sua inteligência, a serviço dessa indústria?
Ética, mais que um conceito, é um exercício diário de vida. Viver é agir consigo, com as pessoas e com o mundo com ética! É uma ESCOLHA individual, de cada ser humano e independe de conhecimento científico. Se cada uma das pessoas desse mundo decidisse viver com ética, esse sistema não seria tão perverso. Tudo na sociedade e na economia se transforma, porém diferente da transformação da natureza. Nessas, somos nós, que fazemos a transformação. E, pra isso não se faz mais necessário "revoluções francesas" mas, revoluções pessoais.
Parabéns pelo texto e cada vez mais sinto orgulho do meu aluno preferido, o agora evo filósofo, sociólogo mirim!! Continue estudando e pensando esse mundo, tão contraditório. Ao mesmo tempo, tão lindo e tão feio!
Mais uma vez dá os parabéns aos teus pais! Eles têm um Pequeno Príncipe prá lá de inteligente! Um Príncipe HUMANO!
Um beijo grande e com saudade dos nossos papos...
Margarita
PS. Não esqueci o Blog, sempre passo por aqui!

3:34 PM  
Anonymous Anonymous said...

Esqueci...
Estou com saudade dos meus amigos evos Rodrigo, Davi, Átila !!
beijo a todos
Margarita

4:21 PM  
Anonymous Anonymous said...

Aff esqueci o meu leãozinho azul...
E antes que ele chore... Estou com saude de você também, Ravick
beijos
Margarita

4:22 PM  
Blogger juliana kramer said...

RENAN, excelente reflexão!

Vou discordar apenas de um ponto:

E perdoem-me por esse assunto não ter nada a ver com o blog, mas penso ser de extrema importância.

O assunto tem muito a ver com o blog. É justamente desse tipo de assunto que a psicologia evolutiva está tratando. E ela está sendo tão voraz, que muitos evolucionistas não abraçam suas idéias. Até mesmo algumas teorias evolucionistas contribuem para a desvalorização do homem: Só sei que nesse sistema em que vivemos, a última coisa a ser valorizada é o ser humano. Sim, o ser humano se transformou em coisa.
Justamente, Dawkins diz que somos máquinas criadas por seleção natural, robôs de genes. Robert Wright dia que somos máquinas, empurrados e puxados por forças físicas. O que acontecerá se, por exemplo, continuarmos tentando explicar que o estupro, o infantcídio, o assassinato e o cinismo sexual são fenômenos naturais e biológicos, produtos da herança evolutiva humana?

O relativismo ético se dá por causa da crise de valores. Não há mais os grandes valores para nortear uma nação. Morreram todos os ideais e a ética foi relativizada sem pudor algum. Esse problema surge quando queremos reduzir a ética aos instintos humanos ou às emoções humanas. Se o naturalismo estiver correto, os julgamentos morais seriam declarações relativas aos sentimentos do interlocutor, tomados por ele como sendo declarações sobre outra coisa (a qualidade moral real dos atos) que não existe.

Se algo diferencia o ser humano do resto dos animais é o fato de ser livre, de poder escolher não seguir as regras da natureza. Não podemos voar, construímos aviões. Não podemos ver muito longe, construímos os telescópios. Se na natureza o mais fraco perde, mudemos isso. Chega dessa competição animal e cruel. A natureza humana será a última parte da Natureza a render-se ao Homem. A batalha será ganha [...] Mas quem exatamente vencerá? Porque o poder do Homem de fazer de si o que lhe agrada significa o poder de fazer aos outros homens o que lhe agrada. Isso é o que Lewis chama de a "Abolição do Homem".

[]´s

7:57 PM  
Blogger Unknown said...

Renan, acho que o fim dos tempos chegou, e você fez um comentário excelente sobre ele.

Eu já havia notado cada detalhe do que você mencionou; a solução é tentarmos nos unir pelo orkut.

Aceita fundar comigo uma comunidade pra debater problemas assim?

9:02 PM  
Anonymous Anonymous said...

Renan, ótimo texto!

Levando em conta o que disse o Átila em seu último texto para o Blog (q a evolução ajuda a esclarecer muitas questões do ser humano. E, logo, a resolver seus problemas), não concordo que este seu "desabafo" esteja totalmente fora do escopo do blog. Ainda que seja para a discussão evo x cria, e que se destine a combater à pseudociência, creio toque na questão do que é melhor para o ser humano, se a ciência, ou diversas pseudociências. (Q tenho ouvido muito ultimamente, de meus amigos esotéricos rs)

Sobre soar "vermelho", pessoalmente acho que em muitas discussões se dá mais importância a se a argumentação é de esquerda ou direita do que a ela própria. Sinceramente, não me preocuparia em soar "vermelho" (mas isto não vem ao caso agora, rs)

Bem, quanto á questão das condições "perversas", eu tenho uma visão "agronômica", digamos, da questão: Eu a vejo da mesma forma forma que aos problemas de cultivos e criações, bem como, e principalmente, aos da Extensão Rural. Pode ser simplista, talvez, eu não sei, mas é como enxergo a questão.

Vc disse: "Os mais frios dirão que o homem é naturalmente mau(...)Os mais ponderados estudarão o ser humano e a sociedade e tentarão estabelecer causas para tamanha barbárie que ocorre (...)e não nos mobiliza a fazer nada."

Minha posição é intermediária: Vejo o homem como naturalmente "mau" (competidor), mas potencialmente "bom" (cooperador). Bem, o que quero dizer, é que, a meu ver (logo, tecendo uma hipótese apenas), o homem, apesar de ser um animal naturalmente gregário e bastante altruísta, foi criado (=D) pela evolução para se-lo em bandos relativamente pequenos. Em outros animais (de criação, que são os que masi tenho contato) condições de estresse por excesso populacional acaba levando a violência e competição desmedidas (porcos de granja, p ex, têm a cauda cortada na infãncia para evitar qualquer estímulo ao canibalismo, q é comum quando em condiçoes de estresse por excesso de população). Então, p ex, além de uma cultura altamente competitiva, acho que há alguma inclinação biologica para tal. (Talvez, aliás, a cultura em si tbm seja influenciada por isso).

Outra questão que acho muito relevante para a discussão é a determinação do comportamento humano pela Teoria dos Jogos(inclusive, tenho um artigo "tentando" ser publicado sobre o tema na embrapa haha ("me achei"!=D)). Ia ficar longo comentar isso aqui, mas acho que a questão pode ser de que a humanidade não vai mudar sua conduta por conta própria. Pessoas como eu, vc, os colegas do Blog e muitos outros podemos fazer, q ainda assim penso que não vai mudar o restante. Por mais que se disseminem questionamentos/mensagens como os seus, creio q a maioria das pessoas não poderão ser atingidas por eles. Não só por questões de "logística" para a disseminação de tais, mas pela condição altamente competitiva q (creio) se dá naturalmente pela grande população.

Aí que entra (creio) a Teoria dos Jogos, dizendo que todo "jogador" busca um resultado vantajoso a si nos "jogos". Como agrônomo, minha visão (talvez simplista) é q de q só uma forma de "manejo" possa alterar a situação, cuja seria disseminar a idéia de que os "jogadores" teriam resultados melhores sendo mais cooperativos.

Vixe... escrevi demais de novo [sic]

Enfim, parabéns Renan!!! Ótima reflexão (tanto a sua, quanto a q leva seus leitores a fazer) !!!

Grande Abraço!

4:07 AM  
Anonymous Anonymous said...

Margá!!!

Vc acredita se eu contar que, frações de segundo antes de descer a barra de rolaghem e ver seu comentário pra mim, pensei em deixar um comentário reclamando? haha

Beijão!
Tudo de bom para você!!!

4:09 AM  
Anonymous Anonymous said...

Ahn... desconsiderem erros de digitação e concordância básica :$ escrevi rápido e sem dar muita atenão a isto XD

4:14 AM  
Anonymous Anonymous said...

Sobre os assuntos abordados pelo Renan no texto e pelo Ravick na postagem, recomendo o livro "Princípio da Cooperação", de Maurício Abdalla. Nele, o autor analisa a sociedade atual e o caráter "competidor" do homem com muito cuidado. Talvez não agrade a todos, mas pelo menos serve como leitura adicional para discussão.

A propósito: o autor trabalha com filosofia da ciência e logo depois de ter publicado esse livro voltou seus olhos para o darwinismo - que será tema de uma próxima publicação.

12:01 PM  
Anonymous Anonymous said...

Ravick
A Extensão Rural ensinada na maioria das IFES, está totalmente fora da realidade. Se o tema te interessa procura ler textos, artigos e livros de Angelo Brás Fernandes Callou e/ou Maria Salett Tauk Santos. E é claro o clássico Extensão ou Comunicação? do Mestre Paulo Freire. Trabalhar a extensão rural com o discurso verticalizado, não dá certo. O discurso tem que ser construido, de baixo para cima. É um diálogo (comunicação) entre técnico e produtor. Prá dar resultado, o técnico tem que ir além do saber científico. Não é por acaso que a EMATER é uma morta-viva!
beijos
Margarita

4:47 PM  
Blogger Unknown said...

Caro Renan,

São destes textos que nascem as grande sugestões, objetivos a curto e longo prazos, nos extendemos a criticar o mundo de uma vez só, de uma parte específica da biologia chamada sociologia.

Creio que muito pensam que o determinismo e, consequentemente, o darwinismo social existem. E poucos sabem que o próprio Darwin odiava tal idéia de sua Teoria servir como base de discriminações sociais.

Crie sua bandeira biocêntrica, e preze pelo EQUILÍBRIO de tudo e todos.

O nosso mundo tem de ser EQUILIBRADO. No fundo, no fundo, precisamos desse mal da competição para não cometermos suicídio em uma terra certinha, onde não há nada além do ócio.

Afinal o que seria o certinho?

Isso já dá margem a outro texto.

Mega abraço.

11:23 PM  

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