Palavra de Especialista
CARNIVORISMO E VEGETARIANISMO NA ESPÉCIE HUMANA
Por Átila Oliveira
O vegetarianismo sempre fora defendido por uma parcela da população mundial. Um acentuado crescimento de adeptos desta opção alimentar, bem como o aparecimento pela primeira vez de uma campanha a favor da mesma deu-se durante a onda do "paz e amor" dos anos 60. Percebe-se hoje um novo crescimento no número de pessoas seguidoras desta idéia. As razões são as mais diversas. Alguns defendem uma dieta de vegetais por questões de saúde ou apenas para evitar os efeitos colaterais oriundos do consumo de carne. Outros optaram por apenas não ingerir carne vermelha, mais rica em gordura. Outros ainda, conhecidos como "quase vegetarianos" ou ainda pejorativamente como “pseudo-vegetarianos”, resumem sua nutrição de origem animal a ovos, leite e peixes. Há quem defenda o boicote total ao consumo de carne pelo fato de boa parte das áreas desmatadas do planeta serem destinadas à pecuária, configurando assim uma forma alternativa de militância ecológica. E ainda há aqueles que não ingerem carne (qualquer uma ou apenas de um determinado tipo) por motivos de origem religiosa.
Algo que vem chamando a atenção nestes últimos anos, contudo, é o crescimento daquela parcela mais radical e militante de vegetarianos. Conhecidos mundialmente como vegans e tendo como uma de suas maiores representantes a organização não governamental P.E.T.A. (People for the Ethical Treatment of Animals), estes indivíduos defendem, entre outras idéias, que o ser humano deveria parar de ingerir carne por ser um animal naturalmente herbívoro. Na ânsia de defender os animais, misturam conceitos e situações, fazendo uso deste argumento para condenar quaisquer tipos de execução animal, inclusive as destinadas à alimentação. Como não poderia deixar de ser, também são contrários a todo tipo de trabalho científico envolvendo animais. Tal militância anencéfala e fundamentalista eu deixarei para comentar num texto futuro, para não fugir do assunto deste.
Mas seria isso verdade? Seria o Homo sapiens um animal realmente herbívoro? E mesmo que não o fosse, poderíamos viver sem nos alimentarmos de carne, tendo uma dieta exclusivamente vegetariana?
Para respondermos a estas e outras questões pertinentes ao tema precisamos, primeiramente, olharmos para a natureza. E este é um daqueles casos em que a teoria da evolução das espécies ajuda a esclarecer alguns pontos, como aliás ocorre nos mais diversos segmentos das ciências biológicas.
Um dos principais argumentos dos defensores de um total vegetarianismo humano é o de que, anatomicamente, seriamos muito mais parecidos com um mamífero herbívoro como uma vaca, que com um carnívoro como um cão. Nosso intestino é longo, ao contrário do intestino curto dos mamíferos carnívoros; adaptado para uma digestão rápida de proteína de origem animal. Possuímos glândulas salivares bem desenvolvidas, ao contrário dos carnívoros. E apresentamos glândulas sudoríparas, por onde transpiramos; enquanto os carnívoros transpiram pela boca. Esta postura, além de extremamente simplista e tendenciosa, é totalmente reducionista, pois tende a enxergar os mamíferos como sendo exclusivamente carnívoros ou herbívoros. Acabam se esquecendo (ou ignorando propositalmente) daquelas espécies que ingerem tanto matéria de origem animal quanto vegetal: os onívoros. Ursos, porcos, gambás, ratos, guaxinins, quatis e a maior parte dos macacos são animais onívoros. Só isso já bastaria para derrubar o argumento frágil do "ou se come carne ou se come vegetais".
E só para adicionar mais um ponto polêmico à questão: os suóídes (porcos e seus parentes, representados atualmente pelas famílias Suidae e Tayassuidae) são animais onívoros, dotados de um longo trato digestório e totalmente desprovidos das tão citadas glândulas sudoríparas; motivo pelo qual tomam banhos freqüentes de lama para refrescar seus corpos. Isso mostra que os militantes da causa "carnívoros X herbívoros" não precisam ir a nenhuma floresta tropical ou savana africana para ver suas "justificativas" derrubadas. Basta olharem para os porcos. Algumas espécies como o javali (Sus scrofa) euro-asiático e o Queixada (Tayassu pecari) sul-americano podem ter entre 5 a 7% da sua dieta composta de matéria de origem animal. O mesmo vale para o chimpanzé (Pan troglodytes), nosso parente vivo mais próximo, no qual alguns grupos possuem indivíduos especializados em caçar pequenos mamíferos, especialmente roedores e macacos menores. O babuíno dourado (Papio cinocephalus) é o mais carnívoro dentre os primatas, podendo ter até 12% da sua dieta composta por proteína animal. Seus longos e assustadores caninos, aliados aos dedos longos e fortes, se tornam armas mortais na caça de aves e pequenos mamíferos (incluindo pequenos macacos e filhotes de gazela).
Outro tópico importante para elucidar este assunto está relacionado ao que a ciência descobriu até hoje sobre a evolução humana. Para abordá-lo, vamos voltar no tempo até cerca de 4 milhões de anos. Nesta época caminhavam pelas savanas e florestas da África os mais antigos ancestrais do Homo sapiens. Totalmente bípedes, receberam a denominação de Australopithecus e se dividiam em várias espécies. A origem do bipedalismo na família dos hominídeos ainda é objeto de muita discussão entre os paleoantropólogos. Existe nada menos que cerca de 60 modelos diferentes que tentam explicá-la. Três ou quatro destes são mais famosos no meio acadêmico, mas nenhum se sobressai do ponto de vista teórico, já que todos apresentam problemas semelhantes no que diz respeito a lacunas e número reduzido de evidências. Independente disso, pesquisadores renomados como os norte-americanos Willian R. Leonard da Northwestern University, Dean Falk da State University of New York e o brasileiro Walter Neves da Universidade de São Paulo (de quem este que vos escreve teve o privilégio de ser aluno) defendem a idéia de que o bipedalismo possibilitou um dos passos mais importantes na evolução da espécie humana: o aumento do volume do cérebro. Segundo estes cientistas, a postura bípede permitiu o resfriamento do sangue craniano, diminuindo a pressão sobre o encéfalo.Este e outros fatores fizeram o cérebro hominídeo crescer. Pra se ter uma idéia, o cérebro humano possui em média 1.500 cm cúbicos, em comparação aos 400 cm cúbicos da maioria dos australopitecos e do chimpanzé moderno.
O que pouca gente sabe é que um cérebro tão grande consome muita energia. Um humano adulto tem cerca de 20 a 25% das suas necessidades energéticas provindas do cérebro, comparando com os 8 a 10 % dos antropóides (grandes macacos semelhantes ao homem, como o chimpanzé e o gorila) e os 3 a 5% dos outros mamíferos. Essa energia é medida em kilo-calorias (Kcal). A média do consumo energético do cérebro humano equivale à cerca de 2.000 Kcal diárias.
Estudos em nutrição já deixaram bem claro que os alimentos de origem animal não apresentam todos os nutrientes necessários para suprir todas as necessidades do organismo humano. Por esse motivo a espécie não é completamente carnívora. No entanto, o alimento de origem animal (especialmente a carne) é rico em proteínas e algumas vitaminas e por conseqüência disso apresenta maior teor calórico (Kcal), ou seja, maior valor energético. Por exemplo, 100g de carne geram mais de 200Kcal, enquanto a mesma quantidade de frutas gera entre 50 a 100 Kcal, e a mesma quantidade de vegetais folhosos apenas entre 10 e 20Kcal. Logo, os mais capazes dentre nossos ancestrais sobreviveram porque conseguiram manter um cérebro tão grande e dispendioso, consumindo alimentos mais calóricos. Este alimento só estava disponível em quantidade suficiente e que pudesse ser ingerida em pouco tempo na proteína animal. Ao mesmo tempo, o cérebro mais calórico podia aumentar ainda mais a superfícies neurotransmissoras, como as do córtex cerebral. Ou seja, o consumo de carne foi essencial para a evolução humana.
Algumas espécies de australopiteco mantiveram uma alimentação principalmente vegetariana, o que pode ser percebido pelo crânio e dentição das mesmas. Caninos e incisivos pequenos, aliados a grandes molares e músculos mastigadores possantes, mostram que espécies como o A. boisei ingeriam principalmente frutas e vegetais fibrosos. Já os molares menores e os caninos mais longos denotam que espécies como o A. afarensis (um dos nossos ancestrais mais antigos) mantinham uma dieta que combinava frutas com proteína animal. Estes últimos sobreviveriam as interpéries do tempo e do ambiente, enquanto os mais vegetarianos acabariam por se extinguir, sem deixar qualquer tipo de descendência.
Uma característica da espécie humana que sobrevive atualmente e que constitui uma prova não apenas de que a mesma pode ingerir carne, como também que teve neste alimento um fator essencial para o seu próprio surgimento; é a capacidade do seu corpo de reter gordura. E assim como no caso dos porcos, não precisa ir muito longe para se notar tal característica fisiológica.
Todo aquele que já ganhou um peso extra, sabe como é difícil perdê-lo, ao mesmo tempo em que é relativamente fácil obtê-lo. Nossos ancestrais não tinham hoje a mesma facilidade que temos para obter proteína animal para sua alimentação. Portanto, qualquer carne ingerida pelo organismo tinha suas calorias retidas para um provável período de escassez. Mantemos ainda hoje esta característica. A diferença é que hoje em dia ingerimos muito mais calorias. Característica semelhante só foi observada em mamíferos marinhos como baleias e focas, e mesmo assim com uma origem evolutiva bem diferente: a espessa camada de gordura destes animais funciona como isolante térmico nas águas frias do habitat onde vivem.
E para quem ainda não está convencido de que o ser humano e seus parentes tinham e ainda tem na carne parte importante da sua alimentação, cabe lembrar outro exemplo pré-histórico. O Homem de Neanderthal (Homo neanderthalensis), um hominídeo contemporâneo dos primeiros Homo sapiens e que por muito tempo pensou tratar-se de um ancestral nosso (descobertas posteriores, incluindo a verificação do DNA mitocondrial, mostraram que na verdade provavelmente ele e a nossa espécie evoluíram separadamente de um ancestral comum), tinha uma dieta composta de 90 a 95% de carne. Tal fato pode ser observado no trabalho realizado no começo da década pela equipe de pesquisadores liderada por Michael Richards (na época professor da Universade de Bradford), que mediu a concentração de isótopos de carbono (13C) e nitrogênio (15N) em ossos de neandertais de 29 mil anos; mostrando que na parte protéica dos ossos (o colágeno) destes hominídeos, tal concentração era comparável a dos grandes predadores. Eles eram adaptados ao clima frio e tudo indica que também eram exímios caçadores. O desaparecimento de suas grandes presas como mamutes e mastodontes provavelmente foi uma das causas da sua extinção. Um dos motivos da vitória do Homo sapiens foi justamente a sua versatilidade.
Mas, já que a carne é tão importante para a espécie humana, podemos viver sem ela? A resposta é... sim. É até mesmo possível ser totalmente vegetariano e ter uma alimentação saudável. De fato, há pessoas que vivem muito bem mantendo esse tipo de dieta. Isso porque os vegetais apresentam todos os nutrientes necessários ao organismo humano. Grãos ricos em proteínas, como feijão e soja, são ótimos substitutos para a carne, que é apenas mais calórica. Isso explica porque as dietas para emagrecer geralmente são ricas em vegetais, especialmente fibras.
A dieta da espécie humana varia muito de um lugar para outro. Os agricultores dos Andes peruanos mantém cerca de 95% de sua alimentação a base de vegetais, enquanto os caçadores-coletores Kung de Botsuana consomem aproximadamente a mesma porcentagem em proteína de origem animal. Isso está diretamente ligado à oferta ambiente. Curiosamente, grandes sociedades industriais como as metrópoles dos Estados Unidos e do Brasil apresentam altos índices de colesterol e obesidade (cerca de 40% da população destes locais, incluindo este que vos escreve, apresenta sobrepeso sendo que 10% destes já são considerados obesos) apesar do consumo de proteína animal não exceder 60% da sua dieta. Isso se deve à razão entre o que se consome e a energia gasta. Hoje em dia, a vida nas grandes cidades possui uma série de confortos que torna o esforço físico mínimo. Nossos antepassados não apenas ingeriam menos calorias, devido à dificuldade em encontrá-las, como passavam boa parte do tempo gastando-as, fosse à procura de alimento, fosse lutando e fugindo de predadores. Tribos como os caçadores de Botsuana e da Tanzânia, bem como alguns índios do continente americano ainda vivem desta forma. Isso explica o fato da obesidade nestes povos ser extremamente rara. E quando aparece quase sempre ela é decorrente de fatores genéticos ou hormonais. Nas grandes cidades consome-se muita caloria e geralmente se gasta pouco. Daí os altos índices de excesso de peso e problemas decorrentes do mesmo.
Em contrapartida à onda vegetariana, levantou-se recentemente uma pequena legião de defensores do consumo de carne. A mais conhecida no Brasil talvez seja o Instituto Pró-Carne, que já tem até propagandas nos vagões do metrô. Sob a justificativa de que o consumo de carne seria "saudável" e "natural", este grupo tenta incentivar de todas as maneiras o consumo de proteína animal. Na verdade, seus reais objetivos nada têm a ver com a saúde da população. O Instituto Pró-Carne é um grupo criado e apoiado por grandes pecuaristas, que viram no aumento do número de brasileiros vegetarianos uma ameaça aos seus lucros. Entre muitas de suas alegações absurdas, estão algumas já bem famosas; como a de que crianças que não ingerem carne desenvolveriam menor QI (dita pelo pecuarista Carlos Viacava que, é sempre bom frisar, não possui nenhuma formação científica) e a de que o gado bovino é criado em pastos, "em harmonia com a natureza". Qualquer indivíduo medianamente informado sabe que pasto não é natureza, já que surge na grande maioria das vezes como conseqüência do desmatamento de ecossistemas naturais.
Como se pode perceber, é perfeitamente possível ter uma alimentação saudável sendo vegetariano. Mas isso de modo algum significa que o ser humano seja herbívoro. Estamos entre as muitas espécies de mamíferos aptas a ingerir matéria tanto de origem animal quanto vegetal.
A defesa dos direitos dos animais é algo digno e necessário. É muito importante ajudarmos quem não pode pedir socorro. É verdade que certos alimentos de origem animal como o foue graz e a carne de vitela são obtidos utilizando-se métodos com requintes de crueldade. Também é verdade que a pecuária é a maior responsável pelo desmatamento em boa parte do mundo. Mas daí partir para a defesa de um herbivorismo humano sem qualquer respaldo científico é puro extremismo. E todo extremismo é insensatez. Infelizmente, a maioria dos auto-intitulados defensores dos animais demonstra que ainda precisa estudar muito. Não sabem nada sobre aqueles que afirmam amar e proteger. Um triste paradoxo.
Átila Oliveira é biólogo, ambientalista, às vezes pensa que é escritor
e não dispensa um churrasco com os amigos.
10 Comments:
Átila, ótimo texto! Parabéns!
Bastante imparcial (admito que bem no início não esperava uma defesa em prol de melhores tratos a animais de criação e que falasse diretamente sobre os reais interesses de "entidades" como o Pró-carne)! Acho que "honesto" e "atualizado" seriam os termos que busco para descrever sua postagem!
Como graduando das agrárias, este, aliás, é um tema que muito me interessa:
Ano passado estive na FEAGRO, Feira Agrícola que ocorre em minha região, na cidade de Braço do Norte,SC, e assisti a uma palestra do professor Humberto Sorio Jr, da Universidade de Passo Fundo, one ele estava a expor os resultados de uma pesquiza de sua autoria: comparou a qualidade de carne de gado bivino criado convencionalmente e de outro lote criado unicamente a pasto, e constatou que a segunda estava totalmente isenta de colesterol "ruim", o que corrobora a visão de que os "males" da carne vermelha se devem, além do consumi excessivo, vida sedentária e etc etc, a formas de manejo do gado distantes do "natural".
Gostaria também de comentar q outra questão sobre este tema é o gasto energético na produção de carne, sendo que quase 90% da energia usada para gerar carne (alimento dos animais e criação e outrs formas menos diretas) se perde no processo. P ex, se com um suíno em peso de abate (96-100kg) se alimenta 35-37 pessoas em um dia, com o alimento dado ao porco, se alimentariam cerca de 357 no mesmo dia. Pelo que, embora as argumentações anti-canirvorismo sejam quase todas descabidas, uma redução no consumo ou mudanças nos manejos atuais seriam mesmo de grande ajuda para o ambiente.
Ahn... bom... acabei falando demais da conta... :D
Enfim, seu texto está nota 10, "Shreck"!! :D
Grande Abraço!
Muito bom, colega! Mesmo sendo da área, aprendi uma série de coisas novas. Parabéns.
Muito bom, Átila
Há bastante informação para leigos e específicas também.
Ravick.
Concordo que algumas mudanças no manejo de rebanhos ou até mesmo a redução do consumo de carne (ao menos da chamada carne vermelha) seriam de grande ajuda para o desenvolvimento sutentável.
Fico satisfeito que o texto tenha agradado aos biólgos e não-biólogos.
Minha picanha é mal-passada, por favor!
hahahaha
Parabéns Atila pelo texto!
Você fez bem em alertar os interesses obscuros que está estimulando o consumo da carne.
beijos
Margarita
P.P. eu também quero minha picanha... mas no ponto, com vinagrete! Rsssssssssss
Corrigindo o português: estão estimulando o consumo da carne.
Margarita
É isso aí Atila. Muito bacana o texto. Sob a ótica da evolução, tudo procede. Agradeço. Aproveito para trazer uma pequena contribuição ao assunto com três pontos que devem ser frisados em trocas sobre esse tema: A primeira delas, de suma importancia, e que não pode ser tratada com normalidade é o aspecto ambiental. A carne - indústria que movimenta incalculável numerário - promove consumo de água maior que a construção civil, demanda áreas absurdas para pecuária e atividades agrágrias, como a Soja cuja produção segue quase que integralmente para os animais (90% nos EUA), aniquilando ecossistemas. A indústria da carne polui mananciais hídricos mais do que qualquer cidade habitada por homens e promove barbáries contra seres vivos. O consumo desse produto promove mazelas que estão além de crenças individuais e livre escolha. Tal qual o consumo de drogas, que não define um fim em si mesmo, a carne movimenta um ciclo de destruição natural que é literalmente promovido e financiado por quem a consome. Numa realidade onde existe apelo de consumo para infindável número de produtos, cabe ao consumidor escolher o que quer não apenas consumir, mas financiar. Comparo mais uma vez ao consumo da droga. Não entro no mérito de ser ou não bacana usar, porém financiar a indústria é sabidamente péssimo. Esse discernimento é fundamental. Quer comer carne ? Pode. A evolução lhe garante. Acho que a reflexão não pára por aí.
O segundo ponto que coloco é com relação à quantidade de toxinas que que consome carne acumula. Não antes do câncer de pulmão, o câncer de intestino é o que mais mata no ocidente. Nos EUA - país que mais consome carne no mundo os números são assustadores. Veja também a chamada apendicite que nos parece uma infecção sem explicação de origem. Será que não tem nenhuma relação com a carne ? O fato é que em um país como a índia, onde a vaca é um animal tido como sagrado, essas doenças não fazem parte da pauta hospitalar e nem se vê obesos. Certa vez, ouvimos dizer que a baixa taxa poderia ser fruto do consumo de açafrão. Como lá se consome muito, ficam evitadas as doenças de intestino. Será ? Conversa pra boi dormir. O terceiro ponto é uma série de idéia soltas que trago como argumento final. Veja só: Pode ser que sejamos versáteis à ingestão da carne. Isso foi colocado com bastante clareza por vc embora existam aspectos que ainda despertem curiosidade como a inexistencia de garras ou caninos na espécie humana, o fato de ingerirmos liquidos por sucção, e não lambendo como os carnívoros e por fim a certeza de que o grande evolucionista Charles Darwin era vegetariano. Gera uma coceira nas cucas. De qualquer forma, pode parecer apelativo mais se ser bom predador foi tão importante para nossa evolução; porque não os tigres se tornaram os grandes civilizados do mundo contemporâneo. Ou quem sabe os leões. Certamente esses seres são mais astutos que nós para caça. O fato é que tornamo-nos mais "sabidos" quando passamos a domesticar a comida e fazer culturas agricolas para parar de correr atrás de comida. Um pouco mais .. fora os modismos, não comemos carne crua. Entende-se que nossa espécie assa, cozinha, frita a carne. Portanto, só passou a comer carne depois que dominou o fogo, não ? Nesse momento, já tinhamos evoluido mais do que qualquer outro ser vivo desse planeta. Esses últimos foram idéias soltas. Agradeço se puder rebate-las, mas uma coisa é certa: Se a carne foi necessária no primeiro salto evolucionário ou nas eras glaciais; isso passou. A carne hoje gera acumulo de toxinas no nosso ecossistema individual - organismo e DESTROI o planeta. É impossível que isso não seja levado em consideração nos novos tempos. Talvez serja gostoso comer uma picanha. Ela é macia e a gente pode sentir o gosto do sal - e é apenas disso que gostamos. Mas pode valer a pena experimentar no próprio corpo uma alteração que só traz beneficios - físicos e psiquicos para si e para o mundo. A gente se sente muito mais disposto. Passa a NÃO gripar, acredite ! fica muito mais forte emocionalmente. Maior do que qualquer filosofia é a viência. Experimente ! Fique sem comer carne por um tempo e faça uma troca nutricional à altura. Comendo grãos integrais, verduras, legumes, castanhas, aveias ... vc estará financiando um pessoal muito mais promissor que a indústria da carne e se sentirá muito melhor. Isso é um desafio forte para o futuro. Experimente por 3 meses.
Forte abraço,
Edu.
Olá pessoal. Meu nome é Rodolfo, e sou "vegetariano" há pouco menos de um ano - não posso me considerar um legítimo vegetariano, pois ainda não dispensei o consumo de ovos e leite, mas o reduzi muito, muito mesmo, e me impressionei com isso - e concordo com o Edu, que disse muito do que eu penso. Sou totalmente leigo nos termos técnicos dessa discussão, mas estou correndo atrás das informações, para poder defender a minha opinião.
Confesso que não precisei de muito para abandonar o carnivorismo: sempre fui revoltado com o tratamento que os animais recebem do homem, e vi alguns documentários sobre isso, mas foram pouquíssimos; me converti com próprios pensamentos e indignações. Caí num sentimento de culpa tremendo, e isso é a maior razão da minha infelicidade atual. Tento converter amigos, mas QUASE inexistente é meu sucesso.
O quê apresento a eles é o consumo desnecessário da proteína animal, é o capricho que a humanidade tem de comer carne. Vejamos: alguém chega numa padaria e pede um sanduíche de presunto e se satisfaz com o "sabor" da carne (que deve ser muuuuuiiito saborosa sem os condimentos vegetais, 'né'? ¬¬ ). Esse alguém não precisa do presunto para garantir suas forças, coisa que qualquer combinação frutas e cereais substituiria muito bem, além de que, por essa pequena quantia de carne que ela consumiu, sendo insignificante à disposição do alguém, é resultado do destino irracional que o homem dá aos animais. Por puro capricho! Como já dito, o homem de hoje tem muita facilidade em suas atividades, necessitando de pouca energia para isso, e consumindo calorias em excesso. Isso é insano, mas há toda uma manipulação ocultando o fato.
Pergunto aos churrasqueiros daqui: há necessidade de comer a tão "saborosa" picanha? O que farão com a energia obtida? Conversar? Jogar um 'futibas'?? Estão garantindo a sobrevivência desta forma? Digo, morreríamos por fazer uma alimentação mais adequada para o caso de uma reunião entre amigos e bater papo? Por que matar um ser vivo para celebrar isso? Não parece algo ideal para vivermos. (Sim, matar! É o vosso dinheiro que paga o serviço.)
Ha! "A carne é a razão da evolução!!" Eu não li muito sobre esse assunto, mas, se FOR verdade, como também já foi dito: isso já foi; a carne, atualmente, é o passaporte para um mundo pior, e que já temos e sofremos os resultados desse hábito.
Já ouvi muitos dizerem que "somos" assim por nossa superioridade. Ha! Que estupidez! Qual superioridade? A de ter capacidade de sobreviver sem matar os inferiores, mas continuar matando-os?
Uma coisa que me revolta é que, quando se descute isso, sempre são mencionados os fatos do que a carne causa aos consumidores, e deixados por últimos os comentários de que esse capricho tira a vida dos animais, vida que é única, igual a que temos. Tememos em perder a nossa, e os animais também, como demonstram em seus instintos. Há pesquisas que provam que os animais sabem que vão morrer (no caso dos abatedouros), e tentam em vão escapar disso, e são agredidos por essa tentativa.
Estranho ninguém lembrar disso num simples e alegre churrasco, mas é natural do homem ser egoísta. - e tudo isso, na maioria das vezes, para uma outra estupidez do homem, principalmente o brasileiro: o futebol. Não é mesmo? Nada como um churrasco para comemorar uma vitória do "curintiá", 'né'?
Ha! Superior....
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