Thursday, July 19, 2007

Defendendo a Nomenclatura Científica

Deus como Designer.

Behe nos presenteia, embora presente de grego, com o livro The Edge of Evolution: The Search for the Limits of Darwinism. Nele podemos encontrar as exegeses de Behe sobre os limites do darwinismo, onde ele se retrata quanto ao livro anterior onde os criacionistas, e não Distas, utilizam em larga escala para argumentar a existência de um Deus inteligente, o Engenheiro do Universo.

Desde o primeiro livro, A Caixa Preta de Darwin, Behe tem dado a noção de que os sistemas bioquímicos são irredutivelmente complexos, e não podem evoluir pelos mecanismos darwinistas. De acordo com Behe, a construção de boa parte das estruturas biológicas não são aleatórias, e sim dirigidas por algum designer. Um Deus engenheiro genético.

Behe, erra descaradamente em vários argumentos relativos a evolução do gene, como ele e as proteínas evoluem, sem contar em inúmeras experiências empíricas não citadas em seu primeiro livro. Podemos inferir sobre algumas delas aqui, em boas demonstrações científicas.

Segundo Carrol, S. B. na seção Evolution da revista Science de 8 de junho de 2007, Behe permite, somente que: “raramente, há uma inserção na seqüência genética produzindo boas condições de sobrevivência para o organismo”, e Carrol continua a intervenção onde as inserções mutacionais acontecem diariamente podendo ser consideradas as matérias evolutivas em maior constância. Exemplos de cumulação seletiva estão em múltiplos locais na evolução de proteínas, como na resistência das cobras à Tetradoxina, no ajuste da visão colorida dos animais, na resistência das bactérias ao antibiótico Cefatoxima e resistência ao Pirimetamina em parasitas da malária, dada através de uma omissão extensiva de Behe de resistência aos fármacos.

Uma visão totalmente qualitativa, em termos quantitativos, em relação às taxas e ao espectro de afinidades, nada. Não seguindo o trajeto real da mutação que as proteínas seguem em suas evoluções para novas propriedades.

A falta da visão quantitativa faz com que um segundo erro apareça, sobre as interações entre as proteínas. O autor argumenta que uma geração de novas proteínas não podem evoluir por serem extremamente improváveis e, que a complexidade de três únicas proteínas são “além do limite da evolução”. Esquecendo de todo mecanismo de interação das proteínas, onde há um imenso número de experiências que comandam a reversibilidade e estabilizam a rede protéica, refutam os argumentos retrógrados deste autor.

Behe vai continuar ignorando esses estudos ou, mais a frente irá se retratar ante a sociedade? No livro da Caixa Preta continua argumentando a ausência de fósseis transicionais de baleias, descaradamente omitindo vários fósseis encontrados nestes últimos anos, veja mais a frente a afirmação no novo livro "The Edge of Evolution", onde Behe se retrata quanto aos fósseis. (M. J. Behe, in Darwinism, Science or Philosophy?, J. Buell, V. Hearn, Eds. (Foundation for Thought and Ethics, Richardson, TX, 1994), pp. 60–71.).

Quanto aos fármacos Behe não tem nada a citar, e quanto as patologias? Behe não vai questionar a bondade, moralidade e onipotência do Designer, quanto a varíola, a malária e outras?

O neodarwinista Jerry Coyne da Universidade de Chicago, analisou o livro em um artigo intitulado The Great Mutator, e o parágrafo conclusivo resume bem a crítica:

“Por fim, The Edge of Evolution não é um avanço ou refinamento da T.D.I., mas um recuo de suas argumentações originais - um desesperado ato designado para manter credibilidade no mundo do progresso científico. Mas é tudo pra nada, porque na nova teoria de Behe permanece a mesma mistura velha da ciência inoperante e da fina teologia disfarçada. Não há nenhuma evidência para sua argumentação principal de mutação não aleatória, e os cientistas têm evidências em abundância de encontro a ela. Seus argumentos dos organismos complexos contra a evolução darwinista são ruins e enganadores. E não há uma pequena evidência que suporte sua argumentação na qual o objetivo da evolução é vida inteligente. Em contraste a festa de evidências que sustentam a Teoria da Evolução, Behe dá-nos uma hipótese vazia.”

Coyne termina a apreciação com uma citação de Darwin:

“A ignorância gera confiança mais frequentemente que o conhecimento; são aqueles que sabem pouco e não aqueles que sabem muito que asseguram que este ou aquele problema nunca serão resolvidos pela ciência.”

Houve outra crítica bastante relevante do cientista da computação e engenheiro de software do Google, Mark Chu-Caroll, sem contar na resenha negativa da Nature, e das extensas críticas do biólogo evolucionário PZ Myers.

Mark Chu-Carroll possui experiência no uso de algoritmos genéticos e destaca erros grosseiros nas premissas que Behe utiliza para as fitness landscapes que serviram de base para os cálculos probabilísticos do livro, ou seja ele tentou se aventurar de forma muito infeliz em computação evolucionária e atingiu certos resultados probabilísticos nem um pouco realistas.

O livro Evolução (págs 285-287) de Mark Ridley refuta os argumentos de Behe baseados nas raras mutações benéficas para os organismos, tendo que ser mutações dirigidas e não aleatórias:

“Todas as teorias sobre mutações dirigidas ou planejadas têm o mesmo problema. Para que uma teoria de mutação dirigida possa ser uma alternativa verdadeira à seleção natural, ela precisa oferecer um mecanismo de mudança adaptativa que não se baseie fundamentalmente na seleção natural para proporcionar a informação adaptativa. A maioria das alternativas à seleção natural não explica a adaptação. Por exemplo, no início do século XX alguns paleontólogos, como Osborn, impressionaram-se com o direcionamento do documento fóssil. Os titanotérios são um exemplo clássico. Eles são um grupo extinto de perissodátilos (a ordem dos mamíferos que inclui os cavalos) do Eoceno e do Oligoceno. Em várias linhagens, as formas mais antigas não tinham chifres, enquanto as mais recentes os tinham desenvolvido. Osborn e outros acreditavam que a tendência era ortogenética : isto é, não surgiram devido à seleção natural entre mutações ao acaso, mas porque os titanotérios estavam mutando na direção da tendência.


A mutação dirigida poderia explicar uma tendência adaptativa indiferente e simples. Se um titanotério estivesse igualmente bem-adaptado, qualquer que fosse o tamanho de seus chifres, uma tendência dirigida a chifres são maiores bem que poderia originar-se por mutação dirigida. Na verdade, supõe-se que os chifres são adaptativos, e isso torna a mutação dirigida uma explicação implausível. A mutação é aleatória em relação. Se a mutação é dirigida, é de forma não adaptativa. Desse modo, se alguém explica uma tendência por ontogênese (ou mutação dirigida), podemos perguntar como as mutações “ortogenéticas” poderiam continuar a ocorrer na direção de um melhoramento adaptativo. Se a resposta for que a variação simplesmente é daquele jeito, então a adaptação está sendo explicada por acaso – e, quase por definição, o acaso, por si só, não consegue explicar a adaptação.

Essa objeção nem é tão rigorosa assim para os chifres de titanotério porque sua função adaptativa é pouco conhecida. As tendências podem ter-se tornado possíveis por simples aumentos de tamanho. Entretanto, para outras tendências conhecidas no documentário fóssil, tais como a evolução dos mamíferos a partir de répteis semelhantes a mamíferos, a objeção é muito mais poderosa. Os mamíferos evoluíram ao longo de cerca de 100 milhões de anos, durante os quais ocorreram mudanças nos dentes, nas mandíbulas, na locomoção e na fisiologia. Quase todas as características dos animais foram alteradas de forma integrada. Seria altamente improvável que a mutação dirigida, sozinha, fosse capaz de direcionar uma tendência adaptativa complexa e com múltiplas características desse tipo. Sozinho, um processo aleatório não explica a adaptação. Por essa razão, do mesmo modo que o lamarckismo, a mutação dirigida, por si só, está descartada como explicação para a adaptação.”

Em conclusão, pode-se usar uma forte argumentação de que a seleção natural é a única teoria atualmente disponível para a adaptação. As alternativas baseiam-se no acaso, em que causas não cientificas e em processos que, de fato, não funcionam ou não são explicativas.”

Enfim, ponto para os neodarwinistas! Em seu último livro, Behe afirma, sem dúvidas, que a ancestralidade comum universal é um fato, e os seus argumentos probabilísticos exigem uma cronologia geológica e sistemática filogenética para a Terra, algo que ele esqueceu no primeiro livro.

Abaixo o neocriacionismo disfarçado.

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