Palavra de Especialista
DIFICULDADES CONCEITUAIS DO CRIACIONISMO
David G. Borges
biólogo, graduando em filosofia
Venho acompanhando há algum tempo a polêmica em torno da questão criacionista e do ensino de evolução nas escolas. Não foi uma escolha consciente – fui “jogado” no meio desta polêmica por razões alheias à minha vontade. Por algum motivo, quando as pessoas conhecem um biólogo ateu e acadêmico de filosofia, parecem ter um desejo incontrolável de debater o assunto Criação vs. Evolução. No entanto, não só vejo esse acidente de percurso como algo produtivo, por ter me proporcionado um aprendizado enorme sobre os mais diferentes assuntos, mas como algo essencial ao meu crescimento intelectual.
Hoje pretendo discutir algumas dificuldades conceituais do criacionismo. Durante minha vivência em meio à esse tema, percebi que geralmente os adeptos da “teoria criacionista” e suas vertentes são muito céticos em relação à evolução, mas fazem muito pouco para embasar os seus pontos de vista. Escrevo este texto não como um ataque ao criacionismo, mas como uma análise do mesmo, um “pedido de esclarecimento” com relação a alguns pontos nebulosos existentes.
Uma das críticas mais comuns à evolução e um dos argumentos mais usado pelos criacionistas é a “complexidade irredutível”. A complexidade irredutível foi popularizada pelo bioquímico Michael Behe na década passada, com a publicação de um livro intitulado “A Caixa Preta de Darwin” (ou “Darwin’s Black Box”, no título original). Na verdade, a complexidade irredutível não passa de uma variante do “argumento do relógio”, popularizado pelo teólogo William Paley em 1802, mas com raízes nas obras de Cícero, séc. I AEC (Antes da Era Comum, ou “Antes de Cristo”, para quem preferir). Essencialmente, Behe argumenta que alguns sistemas biológicos e bioquímicos como o olho humano ou a coagulação sanguínea são complexos demais para terem surgido “por acaso” através da evolução, e que devem ter sido “projetados” por um “desenhista inteligente”. Behe utiliza uma ratoeira como exemplo de sistema “ireedutivelmente complexo”; no séc. XIX Paley utilizava um relógio – nenhum dos componentes de um relógio executa alguma função quando isolado dos demais, o que implica necessariamente que foi projetado e contruído por um relojoeiro.
O “desenhista inteligente” de Behe é uma forma politicamente correta de se referir à divindade judaico-cristã. Até hoje, em todas as ocasiões em que perguntei a um adepto do “desenho inteligente” sobre a identidade do “desenhista” (ou “projetista”, outro termo utilizado com o mesmo fim) nenhum deles admitiu a hipótese de que o mesmo possa ser Alá, Tupã, Odin, um ser extraterrestre ou qualquer outra coisa diferente da divindade bíblica.
Com relação à “complexidade irredutível” em si, algumas considerações devem ser feitas. O próprio conceito parte de uma má-compreensão da teoria da evolução, uma vez que estruturas e sistemas não surgem “por acaso”. Ao contrário da idéia difundida popularmente, a evolução não ocorre por acaso. As mutações surgem aleatoriamente; sim, isto é correto. No entanto, dizer que a evolução se processa de forma completamente aleatória é ignorar o papel do ambiente e da seleção natural na “filtragem” das características que surgem por meio das mutações. Não interessa quantas vezes uma característica surja, ela só se manterá na população se for vantajosa para o indivíduo que a possui, ou neutra. Características deletérias são eliminadas. Não há nada de aleatório nisso. O “acaso” só entra na seleção natural quando tratamos de deriva genética – ainda assim seus efeitos são muito limitados. Temos que tomar cuidado adicional com a idéia que permeia o inconsciente popular de que genes determinam a posição de cada minúsculo componente na estrutura de um ser vivo. Genes afetam a bioquímica do ser, todas as demais alterações são consequência indireta. Parafraseando o matemático Richard Harter: “genes não são esquemas, ‘plantas’* para a célula e os processos da vida; eles são esquemas para as ‘ferramentas’ que os processos vitais utilizam. Não existe um esquema primordial para a célula no sentido em que pensamos em ‘esquemas’. A célula é um esquema de si própria, um caso em que o ‘território’ é o próprio ‘mapa’, por assim dizer”.
Outra consideração a respeito da “complexidade irredutível” de Behe é que esta hipótese ignora por completo os efeitos de mecanismos de retroalimentação, ou feedback. Utilizando um exemplo absurdamente simplificado, uma substância de estrutura simples “A” dá origem à formação de uma substância mais complexa “B”, sendo que esta substância “B” é responsável pela formação de outra substância complexa “C”, que também catalisa a formação de “B”. Se por algum motivo qualquer a substância “A” desaparecer no meio do processo, o sistema resultante não será afetado. “B” catalisa “C” e vice-versa em um sistema de retroalimentação, dando a impressão de um sistema “irredutivelmente complexo” porque tanto “B” quanto “C” são “complexas demais” e “não têm origem aparente”.
Por último, a própria idéia de um “sistema” “irredutivelmente complexo” é tautológica e sofismática. Qualquer sistema é irredutível quando você analisa um grau de “organização” maior do que o menor componente do conjunto. Nossos corpos são formados por substâncias diversas, que formam células, que formam tecidos, que formam órgãos, que formam sistemas. Qualquer órgão, tecido ou sistema (biológico ou não) quando analisado será “irredutivelmente complexo” pois estes termos são definições. Para a própria existência de um “sistema”, mais de um componente é necessário e os componentes devem estar conectados. Essa é exatamente a mesma definição de “complexidade irredutível”, mas em nada implica um “planejador” – a única coisa em que implica é que algum observador externo “agrupou” diversos elementos em uma única definição. Ou seja, “sistemas” nada mais são do que construções mentais. Eles não existem a priori na natureza.
Diante de tantas incongruências e falhas conceituais, como é viável que o “desenho inteligente” seja considerado uma hipótese científica válida?
Pulando da questão da “complexidade irredutível” para o registro fóssil, vemos que a argumentação dos defensores do criacionismo esbarra no mesmo ponto essencial: a cognoscibilidade do objeto. É comum em debates ouvir a argumentação de que o registro fóssil é “falho” e que isso invalida a teoria da evolução. Uma vez que a teoria da evolução não se baseia apenas no registro fóssil, mas em muitas outras evidências, a conclusão acima é falsa e não merece extensas considerações. Mas a questão do registro fóssil precisa ser analisada de forma mais cuidadosa, por ser outro argumento tautológico e com fundamentação equivocada. Demonstro a seguir:
A1 => a2 => a3 => a4 => A5 => a6 => a7 => a8 => A9
As letras acima representam uma linhagem monofilética qualquer. A9 seria o representante atual da linhagem, enquanto todos os demais são ancestrais extintos desse animal. Os fósseis conhecidos estão destacados (A1 e A5), os demais são “elos perdidos”.
É comum em debates os defensores do criacionismo pedirem fósseis transicionais entre uma espécie e outra. Suponhamos que no exemplo acima me peçam o transicional entre A1 e A9. Mostrarei A5. Em seguida pedem o transicional entre A1 e A5 e entre A5 e A9...
Agora suponhamos que eu encontre o fóssil “a4” e mostre à pessoa como um transicional entre A1 e A5. Ela então me pede o transicional entre a4 e A5 – a4,1; a4,2; a4,3; a4,4 e assim por diante.
A evolução não acontece em saltos, ela é gradual. Costumam fazer analogias com os trilhos do trem, mas pessoalmente acho esse exemplo muito fraco; prefiro dizer que é como um arco-íris. Você consegue distinguir claramente a cor que está embaixo da cor que está em cima, mas não consegue distinguir com precisão onde acaba uma cor e começa outra. A transição de um tom para o outro é GRADUAL, assim como a transição de uma espécie para outra. As mudanças que ocorrem de um indivíduo para o outro (entre você – leitor – e seu pai, por exemplo) são INFINITESIMAIS. A mudança entre gerações afastadas (entre você e um ancestral seu de 1700) já são bem maiores. A mudança não só é gradual como é cumulativa, e é exatamente nesse ponto que a noção “popular” de evolução é falha.
Exatamente como no caso dos “sistemas irredutivelmente complexos”, a classificação dos fósseis e dos seres vivos é meramente uma contrução mental. A natureza não vem em “caixas” que dizem “Espécie X, Família Y, Reino Z”, isso é apenas LINGUAGEM. Não passa de uma forma que a mente humana encontrou para organizar o conhecimento e facilitar a comunicação; essas categorias não existem em si mesmas no mundo natural. Nós criamos estas categorias, não um “projetista” externo. Filogeneticamente, os crocodilos são mais próximos das galinhas do que das tartarugas; isso não impede que classifiquemos crocodilos e tartarugas como “répteis” enquanto classificamos as galinhas como “aves”, segundo determinados critérios. O motivo pelo qual isso é feito não é questão deste ensaio, mas se possível irei explorá-lo em uma próxima ocasião.
Sempre existirão “lacunas” no registro fóssil. Fósseis são de difícil formação e nem todos os organismos fossilizam. Pela própria natureza das mudanças evolutivas e pelo comportamento bioquímico dos sistemas vivos, não é probabilisticamente possível que existam fósseis de cada adaptação que a o mundo natural já produziu. E mesmo que existissem, é bem provável que nossa forma de compreensão, que consiste em "categorizar" tudo, não conseguisse abarcá-las. Continuaríamos criando categorias "artificiais" e escolhendo o que ficaria em cada uma delas. Qualquer categorização, de qualquer natureza (não só na biologia) representa um "salto". Assim, como é possível afirmar que o registro fóssil é “falho” como um todo, uma vez que essa generalização necessariamente incorre em um erro conceitual?
Outra questão em que os criacionistas insistem bastante é a chamada “macroevolução”. Já ouvi inúmeras vezes a frase: “a microevolução é aceitável, a macroevolução não”. “Microevolução” é o nome dado a eles para variações pequenas de um indivíduo para outro dentro da mesma espécie, “macroevolução” seria o acúmulo de variações que culmina no surgimento de novas espécies, gêneros, famílias e assim por diante.
“Micro” e “macro” evolução são a mesma coisa. O processo pelo qual as variações surgem e se mantém (ou são eliminadas) é o mesmo, bem como o processo pelo qual elas se “acumulam”. Não há nenhum sentido em utilizar dois termos para descrever o mesmo processo ocorrendo em graus diferentes. Ao se “aceitar” a “microevolução”, automaticamente se concede uma aprovação à “macroevolução”, uma vez que ambos consistem na mesma coisa. Novamente, essa distinção parte de uma má-compreensão do real significado da classificação taxonômica: como no caso dos fósseis (citado anteriormente), a pessoa encara o termo “espécie” como uma categoria que existe a priori na natureza, por si mesma, e não como uma forma humana de descrever algo, um artifício linguístico.
Se “microevolução” e “macroevolução” são termos diferentes para descrever o mesmo processo, como é possível que um não valide o outro?
Passando para o método científico, é comum ouvirmos que “criacionismo não é ciência”. É igualmente comum ouvirmos criacionistas acusando a comunidade científica de dogmatismo e conspiracionismo por conta disso, o que faz com que sejam necessárias explicações acerca desse ponto. De maneira extremamente simplificada, a metodologia científica pode ser resumida da seguinte forma:
- Formulação da hipótese;
- Execução de experimentos ou coleta de dados a fim de testar a hipótese;
- Revisão da hipótese a fim de entrar em concordância com os dados;
- Teste da nova hipótese (revisada);
- Conclusões.
No esquema acima me refiro ao método dedutivo. Não há razões para alongar este ensaio analisando outros métodos científicos, uma vez que o tema principal não é esse. Adicionalmente, o uso do método indutivo tem caído em desuso, enquanto o método hipotético-dedutivo apresenta poucas diferenças em relação ao dedutivo, estando as mesmas ligadas mais à falseabilidade das conclusões.
O criacionismo não pode ser considerado algo científico porque não obedece à metodologia científica. No esquema acima, apenas o primeiro passo (“formulação da hipótese”) seria ultrapassado. Não há experimentos ou dados que corroborem o criacionismo (pelo contrário, a maioria o refuta) e os adeptos dessa corrente se negam veementemente a revisar suas hipóteses de forma que elas entrem em concordância com os dados. É por isso que o criacionismo não pode ser considerado “ciência”, e não devido a alguma conspiração ou dogmatismo por parte do meio científico.
Uma vez que não obedece às delimitações do método científico, como pode o criacionismo aspirar ao título de “ciência”?
Por último, gostaria de discutir superficialmente a relação entre criacionismo e religião, bem como entre ciência e laicismo. É frequente os defensores radicais do criacionismo acusarem cientistas de “ateus”, “descrentes” ou coisas do gênero. Nenhuma teoria científica traz qualquer tipo de afirmação metafísica consigo: a gravitação não tem nenhuma implicação metafísica, o eletromagnetismo também não, a evolução muito menos. Teorias científicas são descrições baseadas em fatos e evidências; uma vez que lidam com o palpável, o mundo físico, são impossibilitadas de fazer qualquer afirmação a respeito do não-físico, se este existir. O criacionismo tem implicações metafísicas pois sua origem está intimamente ligada à reforma protestante e ao neo-pentecostalismo; porém, como mostrado anteriormente neste ensaio, o criacionismo não é uma ciência.
O que faz com que radicais religiosos acreditem que fatos científicos anulam a crença em uma divindade é muito simples: muito do que é dito na bíblia e em outros textos sagrados não tem o menor cabimento frente ao conhecimento moderno. “Parar o sol” é fisicamente impossível, curar doentes com cuspe ou com comandos verbais é biologicamente e quimicamente impossível, o surgimento de plantas antes de estrelas ou de homens a partir do barro é biologicamente, geologicamente, fisicamente e quimicamente impossível.
Frente a isso, chega-se à uma conclusão óbvia: ou o conhecimento atual está errado, ou o "texto sagrado" está. Se for o texto, outra conclusão logo vêm à tona – se UM trecho estiver errado, nada impede que o restante também esteja.
A maioria das religiões contorna isso tornando seus textos "passíveis de interpretação". Não se trata de um relato literal dos fatos, e sim de linguagem simbólica – o verdadeiro sentido não está nas palavras e sim nas entrelinhas. Em outras palavras, a obra não deve ser lida “ao pé da letra”. Existe até mesmo uma bula papal, do papado de João Paulo II, que afirma que o livro do gênesis não deve ser interpretado literalmente. Infelizmente, o Papa Bento XVI retrocedeu na história ao fazer afirmações de cunho contrário em seus discursos e pregações.
A reforma protestante deu um tiro no próprio pé justamente nesse ponto: para os protestantes e neo-pentecostais a bíblia não é passível de interpretação, seu conteúdo é LITERAL. É aí que reside o impasse. No entendimento dos protestantes e demais derivados do protestantismo, se as escrituras forem passíveis de “interpretação”, não há justificativa para o moralismo tão rígido em que eles se baseiam para “atingir a salvação”. Isso guarda uma certa semelhança com o embate entre juspositivismo e jusnaturalismo no direito; porém, prefiro deixar que esse tema seja aprofundado por bacharéis, mestres e doutores em filosofia do direito.
A proporção de ateus na população brasileira é inferior a 10%. No meio científico não é diferente: a esmagadora maioria dos cientistas são teístas e cristãos. Não há qualquer fundamento em afirmar que cientistas são “descrentes”, além de ser ofensivo e preconceituoso utilizar os termos “ateu” e “descrente” de forma pejorativa. Ateus não são seres amorais com rabo e chifres que comem criancinhas.
Hipóteses e teorias científicas devem ser neutras, ou seja, não podem priorizar uma determinada visão cultural em detrimento de outra. Uma teoria científica deve servir igualmente a cristãos, ateus, budistas, muçulmanos, agnósticos e quaisquer outros. Rejeitar uma gama de conhecimentos apenas porque eles não se encaixam em uma interpretação extremamente restrita de um texto escrito enquanto a civilização ainda engatinhava é uma forma exagerada de limitação do raciocínio. Na história da humanidade, o conhecimento sempre avançou mais rápido do que os costumes; o que chama a atenção no caso da polêmica em torno da evolução é que os “costumes” já acumularam um atraso de quase dois séculos.
Como pode o criacionismo ter qualquer aspiração científica se está necessariamente ligado à uma visão mitológica do mundo natural? Se suas bases se encontram na “revelação” metafísica, e não em fatos? A ciência lida apenas com o mundo físico, não com o que está além dele.
Saindo do campo da ciência e manifestando uma mera opinião pessoal, em algum ponto vai ser necessário que a sociedade mude por completo o conceito de "deus". É contraditório imaginar uma divindade não-física que interfere no mundo físico, mesmo que de maneira indireta. Um ente não-físico por si só já é uma idéia contraditória, visto que nós só conseguimos apreender aquilo que se encontra na esfera do sensível. A nossa experiência enquanto civilização demonstra que a manutenção desta visão só alimenta a intolerância; seja ela filosófica, moral, política ou intelectual. Se quisermos uma sociedade melhor teremos de corrigir isso.
* O termo usado originalmente é “blueprint”. Seu correlato mais próximo em português é “planta”, como as que são utilizadas em projetos de engenharia.
12 Comments:
Clap Clap Clap!
Simples e didático, David! Sempre precisamos de textos como o seu.
Abração
MUITO BOM!
Tocou num número muito grande de pontos (citaria a Filosofia da Ciência, o próprio método científico e a Biologia), mas mantendo o foco e RESULTADO.
O David é um rapaz muito culto, mas eu tenho uma indagação, como vc pode ter tanta certeza que "Um ente não-físico por si só já é uma idéia contraditória, visto que nós só conseguimos apreender aquilo que se encontra na esfera do sensível"
Queria a certeza comprovada tambem da inexistencia dele.
Estamos andando em circulos, como nao se pode provar a existencia, tb não se consegue provar a inexistencia do "rologoeiro"!
Gosto da ideia do mundo ser um relogio, e gosto da explicação a essa afirmção dada por Voltaire.
Claudinha a que não sabe nada.-
PARABÉNS!!
Clareza e objetividade na explicação!!
Só não entende quem NÃO quer entender!
bjos
São textos como esse que merecem estar nos principais jornais de circulação, nacional. Até que ponto a disseminação da cultura sóbria religiosa limita os cientistas atuais. Fique certo de uma coisa, se fores pro inferno sem sistema nervoso, não sentirás dor.
Um abraço e parabéns pelo texto.
Parabéns David!
O texto ficou muito bom!
Acho que o único ponto que eu discordo de leve, é o que a Claudinha ressaltou, mas ressaltaste que é opinião pessoal, então tudo blz. (E acho que a proporção de ateus entre pessoas de maior escolaridade, como cientistas, é um pouco maior que a média da população, ou não?)
Em todo o caso, muito bom o texto. Valeu a pena parar pra ler.
Ass.: Leonardo¹³
Excelente!!!!
Vivemos em um mundo capitalista, onde praticamente tudo é movido com um intuito de ter uma fonte de renda. Se as pessoas falassem sobre Deus gratuitamente, não existiria religiões, o homem tem medo do desconhecido e é a única coisa que pode freia-lo é esse temor de existir algo maior. E nessa parte entra a religião entre outra crenças, para forçar o homem a praticar o bem. Mas isso não significa que o homem ateu não possa praticar o bem. Existem países em que as pessoas acreditam no espiritualismo e a prática do bem é quase total.
Parabéns David!!!
Parabéns, David.
Bem didático, esclarecedor e abrangente. Faço minhas as palavras da Margarita: só não entende quem não quer.
Só discordo da sua opinião pessoal. Mas como é pessoal, não vou discutí-la aqui e justamente por isso a mesma em nada desmerece o seu texto.
Esperamos contar com mais contrubuições deste nível por aqui.
Abraços.
Minhas observações:
1- "Paley utilizava um relógio – nenhum dos componentes de um relógio executa alguma função quando isolado dos demais, o que implica necessariamente que foi projetado e contruído por um relojoeiro."
É errado. Antes que fosse criado o relógio mecânico já existiam engrenagens, eixos, alavancas, molas. Desmontado um relógio, podemos achar utilidade para suas peças, ou seja, podemos fazê-las executar uma função.
2- "Teorias científicas são descrições baseadas em fatos e evidências; uma vez que lidam com o palpável, o mundo físico, são impossibilitadas de fazer qualquer afirmação a respeito do não-físico, se este existir."
É uma visão estreita. Principalmente após as teorias de Einstein e o surgimento da física quântica a ciência cada vez mais trabalha com coisas nem tão palpáveis assim.
3- "É contraditório imaginar uma divindade não-física que interfere no mundo físico, mesmo que de maneira indireta. Um ente não-físico por si só já é uma idéia contraditória, visto que nós só conseguimos apreender aquilo que se encontra na esfera do sensível."
Embora ainda não gozem de plena credibilidade, há cientistas que estudam os fenômenos chamados paranormais, as manifestações espirituais e as evidências da existência de um universo não-físico paralelo ao nosso e do qual também fazemos parte, ainda que inconscientes disso.
-Honestamente, não vejo como excludentes as noções de criação e evolução. Assim como a criação de um cozinheiro envolve diversas etapas, a criação dos seres vivos também pode ser entendida como tal se aceitarmos a evolução como ferramenta divina (afinal o desenhista precisa de lápis e borracha) no lugar de um mágico estalar de dedos.
Uma vez que tenho recebido muitas mensagens a respeito deste texto, um esclarecimento se faz necessário: no último parágrafo fui PROPOSITALMENTE enigmático como forma de estimular a reflexão sobre o que escrevi, o que aparentemente não ocorreu - de todos os comentários que recebi (não só aqui, mas por e-mail e pelo orkut também), apenas um chegou próximo da idéia que quis passar, e ainda assim não havia tocado no ponto crucial. Muitos (quase todos) dos comentários eram análises bastante perfunctórias. vou procurar evitar esta técnica retórica no futuro, e ser mais claro nos meus demais textos.
Abraços.
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